Saúde

O protagonismo dos fisioterapeutas na pandemia de Covid-19

Em Mato Grosso, atualmente são 4.500 fisioterapeutas. Só em Cuiabá, são 1.200. A fisioterapia trabalha com doenças geradas por alterações genéticas, traumas ou enfermidades adquiridas. O objetivo desta área é preservar, manter, desenvolver ou restaurar (reabilitação) a integridade de órgãos, sistemas ou funções. A presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 9ª Região (Crefito-9), Ingridh Farina da Silva, informa que a entidade lançou ontem (20/4) uma campanha de valorização do Fisioterapeuta Intensivista ou que atua em UTIs. Segundo ela, são 58  Unidades de Tratamento Intensivo em Mato Grosso. “O Crefito-9 fiscaliza 100% dessas UTIs com atuação de aproximadamente 300 profissionais fisioterapeutas nessas unidades”, frisou Ingridh.

Para a presidente do Crefito-9, o fisioterapeuta tem papel fundamental no combate de enfrentamento ao Covid-19. “São profissionais que estão na linha de frente da batalha. No entanto, isso a mídia tem omitido. Comentam, apenas, sobre a relevância dos médicos e enfermeiros. Mas, na verdade, quem está diretamente controlando os pacientes sob ventilação mecânica são os fisioterapeutas. São eles que calculam a quantidade de oxigenoterapia, bem como os parâmetros ventilatórios”, ponderou Ingridh.

De acordo com a profissional, pacientes hospitalizados tendem a vivenciar o imobilismo como consequência da dinâmica hospitalar e assim, se restringindo ao leito. Ainda segundo a fisioterapeuta, a fisioterapia dispõe de condutas que preconizam mobilizações e visam preservar ou melhorar a integridade e amplitude do movimento articular, força muscular.

“Quem está diretamente controlando os pacientes sob ventilação mecânica são os fisioterapeutas. Há programas de exercícios que trazem uma melhora do quadro geral do paciente, visto que a resposta da capacidade cardiorrespiratória é positiva frente a um exercício bem escrito, diminuindo as complicações e sintomas do Covid-19”, observou a presidente do Crefito-9.

E após a recuperação?

A presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da  9ª Região, Ingridh, pondera sobre uma abordagem pouco falada no cenário atual, mas que demonstra uma possibilidade em ascensão. “Pacientes críticos, em muitos casos, necessitarão de cuidados da fisioterapia mesmo após desospitalização. Tendo em vista a importante redução das capacidades pulmonares que comprometem a qualidade de vida das vítimas desta pandemia, é necessário se atentar para que haja serviços de fisioterapia respiratória prontamente aptos para essa demanda de pacientes”, ressaltou a profissional.

Assistência fisioterapêutica 24 horas nas UTIs 

O Crefito-9  apresentou em 2019 junto à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o Projeto de Lei 718/2019, que dispõe sobre a permanência do profissional Fisioterapeuta nos Centros de Terapia Intensiva – CTIS, adulto e pediátrico por 24 horas.  O projeto está em tramitação, e já teve parecer favorável da Comissão de Saúde, agora aguarda análise da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ). “Estamos na expectativa que ainda no decorrer desta semana a Assembleia Legislativa o submeta ao plenário”, disse Ingridh.  Na sequência, faz um apelo: conclamo toda sociedade e os profissionais a apoiarem essa iniciativa devido à relevância social reivindicando para que o projeto seja aprovado o mais rápido possível para assim garantir que as ações, sobretudo de assistência ao paciente com Covid-19, sejam efetivas.

 “Hoje, o profissional permanece por 18 horas na unidade, ou seja, o paciente fica desassistido por 6 horas, o que pode agravar bastante o estado de saúde dos pacientes mais críticos com a descontinuidade do tratamento. O fisioterapeuta é o profissional que vai evitar que o paciente vá para a ventilação mecânica, destacou a presidente do Crefito-9 –  Ingridh Farina da Silva.

Atribuições gerais do fisioterapeuta intensivista

  • Gerenciar a ventilação espontânea, não invasiva e invasiva
  • Avaliar a retirada do suporte ventilatório invasivo e não invasivo ( são responsáveis por retirar o paciente da ventilação mecânica)
  • Avaliar a dinâmica cardiorrespiratória
  • São os responsáveis por montar um treinamento muscular respiratório individualizado
  • Gerenciam o oxigênio entregue ao paciente
  • Realizam a higienização brônquica em pacientes secretivos que não conseguem expelir secreções
  • Trabalham a funcionalidade do corpo através de exercícios musculares programados
  • São responsáveis pela mobilização e reabilitação precoce quando o paciente ainda não consegue realizar a movimentação do corpo sozinho

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