Saúde

Internet: quem se compara, sofre

Discussão sobre saúde mental ganhou evidência durante isolamento social devido ao acesso excessivo às informações e redes sociais

 Angústia, ansiedade, inveja, raiva e inferioridade são alguns dos sentimentos que o uso excessivo de internet pode causar nas pessoas, principalmente em uma situação atípica como a de isolamento social que vivemos hoje.

Segundo escritor do livro “Tenho Depressão. E, agora?” e fundador do grupo de apoio #Fale, Alan Barros, as pessoas estão adoecendo por conta da forma com que usam as redes sociais e consomem informações.

Com isso, casos de ansiedade e depressão se proliferam pelo mundo, o que faz o tema ganhar força na mídia e se popularizar. Em grande parte dos casos, as análises fazem a conexão da doença com o uso da Internet.

“As redes sociais não são vilãs. Elas são ferramentas e todos danos gerados por ela vêm das pessoas”, afirmou durante uma Live feita em parceria com a netnógrafa Maria Augusta Ribeiro nessa quinta-feira (30).

Conforme a análise de Barros, a toxidade no ambiente virtual já é uma situação de antes da pandemia e se agravou porque como as pessoas estão mais tempo em casa e se ocupam com as redes sociais.

Elas descarregam ou rebatem, muitas vezes sem pensar, publicações que envolvam sentimentos como raiva, revanchismo e, por conta disto, muitas vezes chegam ao extremo de cometerem crimes como assédios, discriminação e racismo.

Outro ponto abordado pelo profissional é o sentimento de comparação com pessoas em situações que parecem real, porém não passam de ficção.

“As pessoas acompanham os influencers em situações maravilhosas e ficam pensando porque não conseguem chegar lá. Porém, cada um é cada um e ainda tem o fato daquelas situações serem produzidas na maior parte dos casos”, alerta.

Na Live, Barros fala sobre casais que faziam a super exposição de uma vida apaixonada e depois surpreenderam os seguidores com o anúncio do divórcio.

E, as comparações nocivas não param por aí. Temos também as relacionadas com a vida profissional e, com o isolamento social e a ampliação do sistema home office de trabalho, a falsa ideia de alta produtividade em casa que elas difundem.

“As pessoas precisam ver dentro delas, gastar mais tempo com meditação e atividades que as ajudem a encontrar o próprio sentido da vida”, alerta.

Para ele, sentido não é como roupa, que pode se emprestar. É algo único e definido com autoconhecimento.

Com relação as formas de se reduzir o impacto das redes sociais na vida das pessoas durante a pandemia, Barros sugere que todos reduzam a participação em redes e também assistam menos televisão.

Indica ainda que o tempo de trabalho seja limitado e que a casa e as relações familiares sejam mais aproveitadas. E, para fechar, exercícios físicos e uma boa noite de sono.

Para os próximos dias, o escritor está programando outras Lives, as pessoas podem se informar pelas redes sociais dele @alanbarrosreal.

Mais tempo em casa 

Na Live, Maria Augusta Ribeiro (belicosa.com.br) disse que é preciso se atentar as sensações causadas pelo aumento do tempo livre.

“Interessante é ver que as pessoas sempre pediram mais tempo e, agora, ficam ansiosas por tê-lo e não sabem o que fazer com ele”, argumenta.

Antes de qualquer coisa, a netnógrafa sugere que todos sejam mais gentis com eles mesmos e saibam que trabalhar em casa pode ter imprevistos como um filho chamar, por exemplo.

Porém, é preciso ver como algo comum e ir se organizando.

“É que hoje conviver pode nos causar estranheza. Porque os pais saem cedo para trabalhar e deixam os filhos na escola. A família se reencontra no final do dia”.

E, o voltar a se reconhecer é algo importante, levando em consideração que todas as relações de trabalho mudarão daqui para frente.

Muitas atividades passarão a ser home office, mesmo com o fim da pandemia. Então, é preciso ressignificar as coisas e descobrir mais a casa e o ambiente em que vive, bem como a melhor forma de aproveitar o tempo com a família, incluindo a atividade produtiva no ambiente e na rotina.

 

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