Educação

Busca Ativa Escolar

TCE-MT mobiliza instituições e busca adesão de municípios com lançamento de ferramenta  que visa o combate à evasão e abandono escolar.

Ao mobilizar entidades da administração estadual, governo e prefeituras, o Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), amplia a efetividade da plataforma Busca Ativa Escolar. A ferramenta, desenvolvida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), visa o combate à evasão e abandono escolar e foi oficialmente lançada no último dia 21.

A proposta de adesão à estratégia reuniu representantes de diversas instituições em evento realizado em formato híbrido.

Durante o lançamento o presidente do TCE-MT, conselheiro Guilherme Antonio Maluf, falou sobre o preocupante cenário da educação no país e destacou a importância da Busca Ativa Escolar. “O Tribunal se uniu de forma muito consciente e ativa à Unicef, porque precisamos melhorar o sistema educacional no Brasil, especialmente diante das graves consequências impostas pela pandemia”, disse.

O supervisor da estratégia, conselheiro e ouvidor-geral do TCE-MT, Antonio Joaquim, chamou a atenção para os números da evasão no Brasil: cerca de cinco milhões de crianças e adolescentes estão fora da sala de aula. “Imaginem o impacto disso para a sociedade e para essas crianças, que não estão recebendo educação adequada. É um dever cívico que todos estejam engajados nesse projeto.”

Neste contexto, destacou ainda que, em Mato Grosso, apenas 15% dos municípios aderiram à plataforma. “A estratégia é muito eficiente e precisa ser implantada por todos, por isso aprovamos a nota técnica de comunicação aos gestores. Esse documento tem dois objetivos básicos: o primeiro é universalização por todos os 141 municípios, e o segundo é identificar os alunos que estão excluídos para trazê-los de volta.”

Segundo a oficial de comunicação da Unicef, Ida Pietricovsky Oliveira, o engajamento do TCE-MT é fundamental, uma vez que a instituição tem amplo trabalho no controle e realização de políticas públicas. Para além dos problemas relacionados à evasão e abandono escolar, ela também alertou para os altos índices de crianças e adolescentes com distorção de idade e série.

Em sua opinião, a reintegração destes estudantes está além da área da educação. “Nesse sentido a Unicef entende que são necessárias diversas articulações, uma vez que a educação sozinha não pode responder por tudo. É preciso uma série de políticas que garantam que a criança chegue à escola, esteja alimentada, vestida, cuidada. A escola tem que oferecer suporte institucional”, avaliou Ida.

Diante disso, vale ressaltar que, no estado, os principais motivos para exclusão escolar de meninas e meninos informados pelos municípios participantes da estratégia são falta de infraestrutura escolar e mudança de domicílio, viagem ou deslocamentos frequentes. Em seguida vem o desinteresse pela escola e a falta de documentação da criança ou adolescente.

Uma nova reunião já foi marcada para o dia 25 de agosto na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), quando será feito o primeiro levantamento das ações.

Adesão

Na ocasião, o titular da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Alan Porto, explicou que o Governo já tem articulado junto à AMM e aos municípios para incentivar a adesão à ferramenta, disponibilizada gratuitamente.

Ele também reforçou que esta é uma ação intersetorial. “Envolve a Secretaria de Saúde, de Assistência Social, prefeitos, secretários municipais e estado, para somarmos juntos a esse movimento. Objetivamos tanto reduzir a evasão quanto recuperar a aprendizagem dos nossos estudantes”, sustentou.

De acordo com o presidente da AMM, Neurilan Fraga, é fundamental discutir o assunto em um momento em que o retorno das aulas presenciais também é foco de debate. “Todo esse trabalho será de extrema valia neste contexto, porque vai ajudar com que tenhamos retorno com segurança e com a garantia de que nossos alunos estejam dentro da sala de aula.”

O promotor do Ministério Público Estadual (MPE) Miguel Slhessarenko, por sua vez, reforçou que a ação mostra que a atuação do TCE-MT está além da fiscalização de contas, implementando de forma qualitativa políticas públicas. “Estamos em um momento em que as escolas precisam reabrir. A Busca Ativa é uma ferramenta para que estudantes voltem à escola, uma vez que aulas remotas os fizeram desistir.”

O deputado estadual Wilson Santos classificou o lançamento como oportuno. “Não é a primeira vez que o Tribunal provoca o estado no sentido de buscar a qualidade da nossa educação. Nesse momento de pandemia muitos alunos não têm acesso a equipamento adequado ou internet e os que tiveram, apresentaram baixa aprendizagem. Então, quando se trata desta agenda, a Assembleia será parceira”, concluiu.

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