Educação

“A inclusão social não pode ser só um slogan’

Autismo na escola é tema de formação com professoras do Infantil e séries iniciais.

A inclusão de crianças com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no ambiente escolar foi tema de uma roda de conversa com professoras da Educação Infantil e Fundamental Séries Iniciais. O bate-papo aconteceu no último dia (17e foi conduzido pela psicóloga Glauciele Oliveira Santos e a terapeuta Dhullye Hiara, que atendem alunos matriculados na ECSA.

De acordo com Glauciele, a maior dificuldade relatada por mães e pais de crianças autistas é quanto à aceitação das escolas em receberem alunos nesta condição. Segundo ela, ainda há muitas dúvidas e receios por parte de educadores, o que impacta o desenvolvimento dos autistas nas séries iniciais. A psicóloga destaca a importância de observar alguns requisitos ligados ao comportamento do autista antes da decisão em matricular a criança na escola.

“Fala-se muito em inclusão hoje dia, porém, nem toda criança autista está preparada para a escola. O diagnóstico precoce é fundamental para o desenvolvimento de diferentes habilidades”, explica.

A psicóloga, que atua na área de desenvolvimento infantil, estuda e trabalha com crianças autistas há cerca de quatro anos, relatou que em geral o autismo é acompanhado de outras comorbidades. Por este motivo, a criança deve ser observada com atenção e cuidado. Conforme o nível de autismo identificado, profissionais como a terapeuta Dhullye Hiara são indicados para o acompanhamento de autistas na escola.

“Minha atuação na sala de aula é um apoio aos professores e o trabalho de desenvolver a criança autista junto das demais. Em alguns momentos, o autista exige atenção específica e estímulos diferentes dos outros alunos para a realização e participação em atividades”, complementa Dhullye.

As duas profissionais acompanham há dois anos o aluno Pedro, do Jardim I da ECSA. O menino foi diagnosticado com autismo quando tinha 1 ano e três meses, o que facilitou seu progresso em alguns comportamentos. Atualmente, o garoto já desenvolve diversas atividades, interage com os colegas, entre outros avanços.

“A inclusão social não pode ser só um slogan. É nosso dever colocá-la em prática no dia a dia. Quando eu aceito um aluno autista na escola, enxergo-o como qualquer outro. Toda criança exige um trabalho educacional. No caso do autista precisamos desenvolver um trabalho específico. Acreditamos em um mundo melhor e isso inclui todas as crianças. Vê-las no ambiente escolar me enche de esperança”, finalizou a diretora da ECSA, Márcia Bezerra.

 

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Feito com muito 💜 por go7.com.br