Cultura

“As mulheres estão ocupando os espaços de discussão, difusão e prática literária”

Foto histórica celebra avanços da participação feminina no campo literário de Mato Grosso

O imponente prédio do Palácio da Instrução, localizado no centro de Cuiabá, foi o cenário da foto que celebra os avanços da participação feminina no campo literário de Mato Grosso. Inspirado em ‘Um grande dia no Harlem’, foto de 1958 que eternizou a era dourada do jazz, o registro reuniu um grupo de mulheres escritoras no último dia 12.

Aberto para todas as mulheres que tenham publicado algum livro no Brasil, o movimento surgiu em São Paulo e ocorreu em outras cidades do país, dentre as quais Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Curitiba, Lisboa, Macapá, Porto Alegre e Salvador. Em Cuiabá, a mobilização foi organizada pelo Coletivo Literário Maria Taquara (Mulherio das Letras MT) e a editora Carlini e Caniato.

De acordo com a jornalista e escritora Larissa Campos, do Coletivo Literário Maria Taquara, o momento histórico é digno de registro, pois revela que a participação feminina na literatura está em expansão.

“Essa mobilização é um marco na história da literatura brasileira porque mostra, para nós mesmas enquanto mulheres escritoras e para a sociedade, que as mulheres estão ocupando os espaços de discussão, difusão e prática literária. E isso acontece não só pela necessidade de representatividade, mas também percebemos que o público tem colaborado, lendo e reverenciando as obras de mulheres”, lembra Larissa.

O crescimento da participação feminina na literatura é corroborado nos dados da mais recente seleção pública de fomento ao setor em Mato Grosso. Realizada pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), a edição 2022 do edital Estevão de Mendonça de Incentivo à Literatura teve 159 inscrições com identificação de gênero feminino, o que representa 54% do total de inscritos.

Para o secretário adjunto da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), Jan Moura, a produção literária feita por mulheres é intensa e são necessárias políticas culturais que possam garantir o equilíbrio do acesso às fontes de financiamento, às editoras e à distribuição.

“Vivemos num mundo de desigualdades, que não começaram hoje e ainda levará um tempo para serem superadas. Aqui na Secel-MT, temos trabalhado para assegurar políticas de equidade e valorização, com ações que não sejam apenas um discurso floreado de diversidade, mas que, de fato, possam mudar a lógica do acesso e fazer a necessária reparação histórica”, enfatiza Jan.

Dentre as medidas para diminuir as desigualdades na produção cultural, os editais da Secel-MT geralmente oferecem pontuação nos critérios de seleção aos projetos cujos proponentes expressam identidade de gênero feminino.

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