Cultura

“A Rua do Rasqueado sempre foi um happy hour dançante”

Na quinta-feira, 26/01, acontece o lançamento ‘Rua do Rasqueado’ – 29 anos de história. O projeto mantém viva a cultura e a música popular regional. O evento será no Museu do Rio, às 18h30. O Blog da Condessa entrevistou o músico e compositor, Milton Pereira de Pinho, o Guapo, o criador do projeto A Rua do Rasqueado. Confira!

Blog da Condessa – O último evento do projeto foi em 2019. O que o público pode esperar após esse hiato de três anos?

Guapo – De volta à vida, né! Vencemos a pandemia. Ficamos polarizados

politicamente. Acabou o sono profundo do “deitado eternamente em

berço esplêndido”. O brasileiro, especificamente o mato-grossense,

cresceu muito no seu modo de ser. A Rua do Rasqueado sempre foi um happy hour dançante e vai continuar levando entretenimento, alegria, cantoria, namoro e sobretudo as nossas danças populares, que foi seu principal objetivo.

Blog da Condessa – O projeto Rua do Rasqueado foi criado por você há quanto tempo e com que intuito?

Guapo – Foi lançado o primeiro evento no dia 05 de abril de 1993, na semana do aniversário de Cuiabá. Foi um projeto idealizado por mim para resgatar a nossa dança, ou melhor ,o Rasqueado Cuiabano, visto que o Rasqueado  não tocava mais nas noites cuiabana. Era 100% com repertório de pagode carioca e vanerão gaúcho. Foi um dos primeiros projeto sapoiado pelo então Prefeito de Cuiabá, Dante Matins de Oliveira e pela recém fundada Secretaria Municipal de Cultura, cujo poeta Moises

Martins era o então secretário.

Blog da Condessa – Um som de tchapa e cruz?

Guapo – Sim. As bandas convidadas terão que tocar, além do Rasqueado, o Lambadão e a Lambadinha. Essa duas expressões vieram depois, o

público era o mesmo, entraram pós o resgate do Rasqueado, formando

hoje o que é a noite cuiabana.

Blog da Condessa – O projeto Rua do Rasqueado homenageia as músicas dos grandes  mestres póstumos?

Guapo – Sim, e os novos também. Teremos mestres póstumos como José Agnelo, Mestre Inácio, Bolinha, Mestre Albertino, Tote Garcia, bem como Moisés Martins, Pescuma, eu – Guapo-, Roberto Lucialdo, João Eloy, Dilson Oliveira, Hamilton Lobo, entre outros.

Blog da Condessa- Comente, por favor,  sobre a programação que conta com ritmos mato-grossenses,  o rasqueado e o lambadão, mas também com “Música Mundial”.

Guapo –  Os ritmos mato-grossense serão os de sempre. Devido a pandemia, pouca  ou nenhuma composição nova foi destacada. Já a Música Mundial foi agregada há 10 anos com apoio da Secretaria de Estado de Turismo, apoiado pelo ex-secretário já falecido Jairo Pradela, para agradar  os turistas que participavam dos eventos no Centro Histórico, local tradicional do evento. Obviamente será apresentado obras conhecidas que aconteceram nesses últimos 200 anos. Logo que foi criado o Gramofone, começou a proliferação tanto da música erudita quanto da música popular em disco. Grandes obras dessas duas modalidades começaram a ser conhecidas em todo mundo e várias peças, tanto popular quanto erudita, tornaram clássica mundial.

Blog da Condessa -Você está de volta após uma pausa nas apresentações, na carreira? Qual a sensação?

Guapo – Bem, não foi uma pausa propriamente dita. Artista só para quando morre. Mas é uma sensação de retorno à casa paterna. Após ficar 1 ano e meio morando em Floripa, somente escrevendo e tocando de vez em quando no Jurerê  pra alta classe e alta cultura da Ilha, o qual tive o privilégio de conviver com muita gente boa e literata. Mas,  já estava precisando do calor do povão, do suor cuiabano. Estou me sentido como o grande colega já falecido, Gabriel Garcia Marques, que toda vez que ele voltava pra Colômbia ia direto pra roda de Cúmbia colombiana. Era também cantor nas horas vagas dessa grande corrente musical que já ganhou o mundo. Eu como nativista pantaneiro, não gosto de viver somente na classe intelectual. Como disse o grande pintor Picasso: Você acaba alienado e perdendo a riqueza maior da alma, a simplicidade.

 

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