Cotidiano

Histórias inspiradoras sobre atitude empreendedora

Diferentemente de Vianne, personagem de Juliette Binoche no filme Chocolate (2000), que enfrentou o ceticismo de toda uma comunidade, as amigas Kenya Simone e Luciana Bilio Martins precisaram provar primeiramente para si que conseguiriam empreender. E sem conhecimento na arte de manipular chocolates e produzir doces, foi testando receitas e colhendo feedbacks que o negócio começou rapidamente a prosperar. Não seria a primeira – e nem a última – tentativa no mundo do empreendedorismo. Assim como milhares de mulheres brasileiras, elas encontraram coragem para recomeçar e dar verdadeiras guinadas nas carreiras. Protagonistas nas escolhas e caminhos profissionais.

As delícias açucaradas deram lugar a postos de executivas respeitadas em setores diferentes. Luciana hoje é controladora de um grupo educacional (Fato), com sete unidades em Cuiabá. Há 5 anos no mercado imobiliário, Kenya agora prepara a mudança com a família para São Paulo, onde assumirá a gestão de marketing de uma indústria nacional de cosméticos que efetua vendas B2C (direto ao consumidor final), de forma 100% online (Pétala Beauty).

A loja de doces foi o nosso sonho e desespero. Não sabíamos quantos desafios – e problemas, mesmo – enfrentaríamos. Uma ficava na cozinha e a outra, no comercial. Até quando a Kenya perdeu o pai e eu perdi uma gravidez. Isso mexeu demais com a gente. Era a hora de se recolher para depois recomeçar”, lembra.

Luciana então se dedicou à maternidade, hoje traduzida em Mariana e Joaquim, de 4 e 1 ano.

Com uma bebezinha de colo, Kenya pretendia descansar por um momento. Mas a pausa se abreviou 2 meses depois. Uma vaga na MRV como multiplicadora chamou a atenção. Era o início de uma fase de ascensão profissional. Ela concebeu a chamada Academia do Corretor, case de sucesso nacional dentro da gigante do mercado da construção civil. “Criei o projeto em meio dia e apresentei. Fui chamada em Belo Horizonte, matriz do grupo, e implantei o projeto em várias cidades, assumindo o posto de business partner. Ia uma vez ao mês para Minas e não deixava de cuidar da minha filha. E tudo isso aconteceu já no meu primeiro ano de empresa!”.

Com a chegada da pandemia, os treinamentos presenciais foram substituídos por ferramentas online. E Kenya sentiu que era chegada a hora, mais uma vez, de se encaixar em novas missões. Junto a isso, veio uma nova gravidez. E logo após, a função de gestora de trade e marketing.

Migrar de setor não seria a maior das novidades: ela viria poucos meses depois, com uma nova bebê no colo e a transferência do esposo para a capital paulista, Kenya foi convidada, na mesma semana, para assumir o marketing nacional da nova empregadora.

“Devo muito a todas as oportunidades que já desfrutei e me dediquei como profissional. Já passei por vários perrengues, por experiências muito hesitosas e, no caso da MRV, só tenho a agradecer pelo quanto pude crescer e inovar. Saio com o coração cheio de gratidão e com muita vontade fazer a diferença nesse novo lugar”.

Intraempreendedorismo

O conceito significa mapear e construir oportunidades de empreender dentro da própria empresa em que já se atua. Isso é válido para o profissional, na gestão da própria carreira, ou para a organização, que pode e deve estar atenta aos talentos já existentes nas equipes como forma de retê-los e estimular a inovação.

Essa percepção fez com que Luciana Bilio construísse uma sólida carreira interna e, também, agregasse outros talentos ao longo da jornada de líder. “A determinação é a chave de tudo. Quero crescer, perpetuar, quero ser sempre lembrada pelas minhas entregas. Por isso me dedico a ensinar, sem medo de passar o que sei. E também brigo muito com a minha equipe, viu, sempre para o bem”.

Mas assim como é importante olhar para dentro, há momentos em que o determinante pode ser olhar para outras possibilidades. Após 14 anos numa mesma empresa e a chegada do filho Luiz Otávio, hoje com 4 aninhos, Rosana da Silva Kawate encontrou numa dupla jornada profissional ânimo para afastar a sombra de uma depressão. Hoje ela é coordenadora financeira de uma grande indústria do segmento de pneus (Drebor Borrachas) e sócia de uma agência de viagens no interior de Mato Grosso (Juara, a 695 km de Cuiabá) franqueada a uma grande rede nacional.

Optei por voltar a trabalhar e ter alguém de confiança para cuidar do meu filho. A maternidade é amor, é felicidade, mas também não é fácil. São muitas novidades. Gosto de ver gente, sair de casa, preciso disso. E hoje consigo fazer minhas atividades, me sentir realizada profissionalmente e, ao mesmo tempo, ter tempo de qualidade com o meu filho nessa fase de tantas descobertas da infância”.

Um conselho a outras mulheres? Rosana não titubeia: autoconhecimento é a palavra. Ela recomenda que estar atenta ao próprio sentir é essencial.

“Tem que se buscar aquilo que traz felicidade. A vida passa rápido e os filhos crescem e uma hora irão embora. A essência está no equilíbrio. E é possível fazer tudo se encaixar”.

Sorte e sapato?

“Foi com mais sorte do que juízo” que uma nova agência de comunicação despontava no mercado há 12 anos, destaca a empresária Glenda Cury. “E com muita sola de sapato, literalmente”, emenda a sócia, Juliana Scardua. Jornalistas por formação, graduadas pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), já tinham carreiras individuais consolidadas quando o desejo de empreender falou mais alto que a segurança da CLT. A credibilidade comum somada às diferenças de perfis e visões são apontadas como ingredientes de sucesso da Íntegra Comunicação Estratégica e ativos a serviço dos clientes atendidos.

A empresa é reconhecida pela atuação em assessoria de imprensa e gestões de crises e também acumula no portfólio cases de planejamento em comunicação e criações publicitárias – atendimento que passou a ser incorporado à carteira de soluções em 2017, a pedido da alta gestão de uma concessionária de saneamento.

“Para nós, é estimulante inovar, acompanhar tendências, conhecer novas áreas, tudo isso sem perder a nossa essência: somos empresárias ‘raiz’, mão na massa. Curiosas pelas jornalistas que somos. E teimosas pelas mulheres com as histórias de vida que temos. Atuar diretamente na concepção dos projetos e permanecer no atendimento direto aos clientes sempre foi algo que desejamos”, destaca Juliana.

Glenda, que percorreu bancadas de programas de TV e edições de jornal impresso antes de empreender, também ressalta a força dos valores morais e propósito de vida como chave para a realização profissional. “Abrimos a empresa com a intenção de atuar de forma diferenciada, com rigor técnico nas entregas e, acima de tudo, ética nas relações com o cliente e com o mercado do qual fazemos parte. Não abrimos mão desse relacionamento respeitoso com os profissionais da comunicação, com os nossos colaboradores e fornecedores parceiros. Isso é integridade. O nome da empresa não foi uma escolha aleatória: é uma mensagem sobre quem somos”.   (C/Assessoria)

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