Turismo

1º projeto de turismo indígena de Mato Grosso pauta no ecoturismo e no etnoturismo de forma sustentável

Projeto cultural Aldeia Wazare Terra Indígena Utiariti foi protocolado junto à Funai Regional no último dia e será enviado para aprovação em Brasília.

O primeiro projeto turístico-cultural indígena de Mato Grosso, foi protocolado na tarde da última sexta-feira (21) na sede da Funai em Cuiabá. O projeto Haliti Paresi, idealizado pelo cacique Rony Paresi, da Aldeia Wazare, tem como madrinha a primeira-dama do Estado, Virginia Mendes. 

Presente no evento de protocolização do projeto, a primeira-dama falou sobre seu sonho em conhecer de perto a cultura indígena, e destacou seu Programa Social SER Cidadão Indígena.

“Nosso programa SER significa superação, esperança e respeito, e é isso que os povos indígenas merecem e representam. Eu sempre fui uma grande admiradora da cultura indígena e, graças a Deus, tive a honra de conhecer várias aldeias ao longo dessa gestão. Me sinto cada vez mais encantada pela história e por tudo o que os índios representam para nosso Estado e para o país”, afirmou Virginia.

De acordo com o cacique Rony Paresi, o projeto é resultado de um trabalho de dez anos desenvolvendo o turismo na região. O plano de visitação, segundo ele, foi elaborado por diversos parceiros para garantir a regulamentação junto à Funai.

“É um momento histórico, pois foi um grande desafio realizar esse projeto de forma sustentável para valorizar a cultura indígena da Aldeia Wazare, com muita responsabilidade. Quero agradecer ao apoio da primeira-dama para que esse projeto ganhasse a força que merece”, disse o cacique.

O coordenador regional da Funai, Benedito Araújo, explicou que recursos federais serão disponibilizados para o projeto, assim que aprovado pela fundação.

“Será o primeiro plano de visitação em terra indígena legalizado em Mato Grosso. Desde 2011 a aldeia promove o turismo e, em 2015, foram determinados ritos para que tudo ficasse dentro da lei. A aldeia está seguindo essas normas e será muito importante para a valorização indígena”, declarou o coordenador.

Benedito ainda fez questão de destacar ter sido a primeira visita de uma primeira-dama na sede da Funai de Mato Grosso em 23 anos.

“Isso deve ser ressaltado, porque também é histórico e pela primeira vez em muitos anos temos uma primeira-dama que realmente está olhando para os povos indígenas de Mato Grosso, com a atenção que merecem. Tenho que agradecer à senhora, dona Virginia, por reforçar as ações com muita sensibilidade em prol dos povos indígenas”, completou ele.

A suplente de senador, Margareth Buzetti, reforçou que a aprovação do projeto é uma forma de preservar a cultura indígena e afirmou que irá trabalhar na articulação junto à Funai para a autorização do plano de visitação na aldeia Wazare o mais rapidamente possível.

“Esse projeto é de suma relevância, porque permite o desenvolvimento econômico e sustentável dos povos indígenas da região de Campo Novo do Parecis e irá servir de exemplo para que outras comunidades trabalhem para buscar esse mesmo desenvolvimento”, declarou Margareth. 

A secretária de Assistência Social e Cidadania, Rosamaria Carvalho, reforçou as ações do Governo de Mato Grosso em terras indígenas.

“Ano passado foram entregues 23 mil cestas básicas em comunidades indígenas e 20 mil cobertores. Já este ano, estamos refazendo essas entregas e a primeira-dama faz questão de estar junto nessas entregas para poder escutá-los e saber das demandas, pois buscaremos atender dentro das possibilidades do Estado”, disse Rosamaria.

 

Durante o evento, a primeira-dama ainda anunciou que em breve serão oferecidos cursos de capacitação para a Aldeia Wazare, que foi uma reivindicação dos indígenas Paresi, durante visita dela à aldeia.

“Ouvi das mulheres indígenas, mais especificamente da Waldirene Paresi, esposa do cacique Rony, que me pediu pessoalmente, durante uma reunião, que a qualificação era muito necessária. E, por isso, estamos programando para agosto o início dos cursos, caso a pandemia esteja controlada. Vamos ouvir quais os cursos de qualificação mais necessários nas aldeias para que possam melhorar a qualidade de vida das comunidades”, reforçou Virginia.

O projeto

A proposta se pauta no ecoturismo e no etnoturismo de forma sustentável. Uma das grandes preocupações do cacique Rony é a de que a atividade seja sustentável não apenas como um conceito vazio e publicitário, mas que de fato atenda a aspectos econômicos sem abrir mão dos desenvolvimentos social e ambiental.

“Turismo não é só tirar foto, dançar e se pintar, mas sim responsabilidade. Tem que ter um objetivo. Pensar que mensagem e que resultado você busca através do turismo. Não só financeiro, mas cultural, social e ambiental, que torne possível uma conceituação de direcionamento com relação aos povos indígenas, sua cultura e todas as relações que nos cercam”, elucidou.

 

 

 

 

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