Política

“A vez e a voz da mulher”

Vereadora discute parceria com UFMT para projeto

Segundo dados oficiais, a cada minuto, uma mulher é vítima de violência no país e, em 2021, o índice de violência contra mulheres negras aumentou 13,9%, enquanto contra brancas, reduziu 4%.

Em reunião no último dia 8, a vereadora Edna Sampaio (PT) e a pesquisadora Qelli Rocha, do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Extensão sobre as Relações de Gênero  da UFMT (NUEPOM),  discutiram o projeto “A vez e a Voz da Mulher”, de autoria da parlamentar, que visa contribuir para combater a violência contra este segmento vulnerabilizado da população.

O projeto conta com o apoio da presidência da Câmara Municipal e tem como parceiras quatro mulheres negras empreendedoras das áreas de estética e artesanato, que oferecem oficinas gratuitas a mulheres em situação de vulnerabilidade, estimulando a autoestima e oferecendo uma alternativa de geração de renda.

Também são parceiros da ação o Instituto de Recuperação, Proteção e Amparo à Mulher Dependente Química do Estado de Mato Grosso (IRPAMDEQ) e a AFON (Associação Fome Não).

Segundo Edna Sampaio, a demanda surgiu das próprias mulheres que compõem sua rede de apoiadores, com as quais vem dialogando desde o início do mandato.

No último dia 7 de junho,  foi realizada a primeira ação do projeto, no bairro Planalto, quando foram oferecidas às mulheres atendidas pelo IRPAMDEQ oficinas de maquiagem, com Cris Moraes tranças afro, com Diela Tamba artesanato, com Joelma Pereira atendimento com as psicólogas Rosana Trevisan e Roseli Barreto e palestra sobre direito da mulher, com a advogada Evania Almeida.

“Queremos realizar um projeto experimental que permita pensar e construir a rede de proteção às mulheres, que em Mato Grosso ainda não está organizada. Temos as instituições – delegacias, CAPS, Defensoria, unidades de assistência social etc. -, mas falta um planejamento conjunto, protocolos de atendimento”, disse Edna Sampaio.

Segundo a parlamentar, uma das metas é estimular a criação de um núcleo integrado de atendimento à mulher vinculado à Câmara ou ao executivo municipal.

“Neste espaço, teríamos acolhimento social para encaminhá-las a atendimento especializado em assistência social, jurídica, psicológica ou de segurança pública, nos casos de violência, ou para atividades laborais, entre outras”, explicou.

Em Mato Grosso, no primeiro semestre deste ano, já foram registrados mais de 126 casos de violência contra  a mulher.

“Parece relativamente pouco, mas não é. Se lembrarmos que, a cada um minuto uma mulher é vítima de violência e que os dados são subnotificados, podemos contabilizar entre 400 e 500 vítimas, só no primeiro semestre”, disse ela Qelli Rocha,  que é pesquisadora da linha “Gênero, raça, diversidade sexual e identidade de gênero”, ao qual o projeto estará vinculado.

A maioria das vítimas tem baixa escolaridade,  cumpre a função de chefe de família, como acontece em 57% dos lares brasileiros, e exerce trabalho precarizado, situação que piorou durante a pandemia.

“Além da formação das multiplicadoras, este projeto vai capacitar as mulheres para um novo nicho de mercado, o da beleza  negra”, disse Qelli.

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