Educação

“Diga não à pornografia”

Especialista disponibiliza palestra gratuita sobre o tema às escolas de MT

Prevenir e educar. Esta é a proposta do projeto “Diga Não à Pornografia”, que é encabeçado pela educadora, escritora e pesquisadora Letícia Balducci e oferece palestras gratuitas nas escolas públicas e privadas para falar sobre o tema, que ameaça as crianças e entra nos lares sem precisar da autorização de ninguém, por meio da televisão e da internet.

Balducci explica que o objetivo do trabalho é proteger as crianças de predadores sexuais que rondam diversos ambientes da rede de computadores e ainda orientá-las sobre os perigos de se consumir conteúdo adulto.

Ela lembra que já é comprovado cientificamente que o acesso a este tipo de material pode trazer danos imediatos como ansiedade, depressão, mudanças comportamentais e sexualização precoce. A longo prazo, o impacto do acesso contínuo a materiais pornográficos pode alterar a rede de conexões neurais, causar vício e dificuldades no relacionamento com outras pessoas.

A especialista defende que a situação deve ser discutida dentro da escola e com uma linguagem e técnicas adequadas. Afinal de contas, dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos apontam que 90% dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes acontecem dentro de casa. Sendo assim, para muitas vítimas, o único local seguro para se denunciar é a escola.

No projeto, que tem apoio financeiro da Lei Aldir Blanc, por meio do Edital MT Nascentes, publicado pela Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer (Secel), a palestra acontece em ambiente on line e tem como público alvo os estudantes a partir de 12 anos. Segundo a educadora, para alguns pais, na tentativa de salvaguardar os filhos, o assunto é um tabu. Muitos defendem que isso pode antecipar a sexualização da criança e adolescente.

Contudo, alerta a especialista, esta atitude acaba levando o adolescente a ter como única fonte de informação a Internet.

 Por que pesquisar sobre os efeitos da pornografia?

A educadora conta que quando começou a lecionar, viu pela primeira vez uma criança de 9 anos consumindo conteúdo adulto. Naquela ocasião, o computador do laboratório de informática da escola era usado para este fim. Com o tempo, outras cenas em ambiente escolar foram impactando a pesquisadora, como a cantoria e coreografia de músicas que exaltavam a sexualização. Quem dançava nem sempre tinha a percepção dos gestos que performava, apenas reproduzia.

Depois, com a popularização dos celulares e jogos, a situação ficou ainda mais preocupante e a pergunta que não saia de sua mente era “o que posso fazer para combater isso?”.

Então, Letícia Balducci começou a fazer pesquisas e trilhar um caminho de conhecimento que a levou a construir o Instagram “Especialista X” (@especilistaX), onde ela compartilha informações e dá dicas de como se desvencilhar do vício em conteúdo pornográfico, como controlar a entrada do material dentro do ambiente domiciliar e afastá-lo das crianças.

Agora, a proposta é ir para o contato direto com as crianças, que são vítimas em potencial deste tipo de conteúdo e prevenir, por meio da educação, a ação de predadores sexuais, como já acontece em vários países da Europa e nos Estados Unidos.

 Serviço:

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