“A arte alegra o ambiente e a alma”
A artista plástica Maria das Dores Soares Vital, 74, mais conhecida pelo nome artístico Rimaro, é conhecida por seus trabalhos de arte Naif. Em suas obras ela retrata principalmente manifestações populares temáticas de ampla repercussão social, como destruição de meio ambiente, acolhimento de refugiados e outros temas universais associados a questões econômicas e sociais contemporâneas. Rimaro foi selecionada para participar do 5º Festival Internacional Arte Naif que acontece de 20 de a 30 de maio em Guarabira (PB). Confira a seguir a entrevista concedida ao Blog da Condessa!
Blog da Condessa – Você foi selecionada para participar do Festival Internacional de Arte Naif. Comente, por favor, sobre o Festival e a relevância da sua participação.
Rimaro – Este festival está na quinta edição. Este ano o tema é uma homenagem ao centenário do romance do Pavão Misterioso de José Camelo de Melo Resende. De modo que todos os 68 artistas selecionados apresentarão pinturas ou bordados com o tema “Pavão Misterioso”. Este evento é de grande importância para os artistas Naif por ser um evento internacional em nível da Bienal Naif do Brasil em Piracicaba, na qual na última edição fui também selecionada. Nós Naif temos poucos eventos de importância no Brasil e no nosso Estado.
Blog da Condessa – Com surgiu o Festival?
Rimaro – O Festival nasceu em 2018, prosseguiu em 2019, não aconteceu em 2020 e teve sua versão online em 2021 voltando à normalidade em 2022. O festival acontece no casarão da cultura onde existe o Museu de Arte Naif em Guarabira, na Paraíba. Foram selecionadas duas artistas de Mato Grosso: Rimaro e Albina.
Blog da Condessa – Comente, por favor, sobre a sua técnica.
Rimaro- Meus trabalhos são elaborados com a técnica acrílica sobre tela.
Blog da Condessa – Traduza artista naif, por favor?
Rimaro – Ser Naif é ser um artista que olha o mundo com olhar puro e simples. A arte naif, primitiva ou ingênua, não exige conhecimento intelectual ou artístico para compreendê-la. Ela está fortemente ligada às artes populares nacionais. Reflete um país tropical generoso em sua vegetação e o estilo de nosso povo.
Blog da Condessa – Como surgiu a arte naif na sua vida, quando, onde?
Rimaro – Sempre trabalhei com desenho e pintura. Entretanto, ao ser introduzida no ateliê de Nilson Pimenta- artista de renome- (2003) conheci a arte naif e me encantei por ela.
Blog da Condessa – Qual a ideia da tua arte?
Rimaro – Meus trabalhos enfocam principalmente manifestações populares temáticas de ampla repercussão social, como destruição de meio ambiente, acolhimento de refugiados e outros temas universais associados a questões econômicas e sociais contemporâneas.
Blog da Condessa – Tua arte já atravessou fronteiras?
Rimaro – Sim. De Mato Grosso para muitos outros. Já expus no Peru – onde recebi medalha de ouro, em Katowice na Polônia, Torino na Itália e Panamá.
Blog da Condessa – Qual a tua percepção da arte local?
Rimaro – Mato Grosso pouco incentiva a arte Naif , não temos um museu voltado a arte Naif.
Blog da Condessa – Qual o poder da arte?
Rimaro – A arte alegra o ambiente e a alma. Um povo sem arte é um povo sem cultura e sem história. Só conhecemos a história dos povos antigos através dos monumentos e pinturas elaborados por seus artistas da época.
Blog da Condessa – Qual é a sua referência?
Rimaro – No Mato Grosso minha referência e Nilson Pimenta (já falecido).
Blog da Condessa – O artista vê o mundo de uma forma diferente?
Rimaro – Sim. O artista vê o mundo de forma diferente, com detalhes, simplicidade e pureza.
Blog da Condessa – Como se dá o seu processo de criação, inspiração?
Rimaro – Minha inspiração é minha vivência, cotidiano e acontecimentos. Meu processo de criação é sozinha, solitária e depois a ideia é levada ao papel para selecionar e finalmente colocar na tela.
Blog da Condessa – Quantas exposições ao longo da carreira?
Rimaro – São 23 de carreira e inúmeras exposições em Cuiabá, no Estado, no Brasil e no exterior. A arte me fez mais feliz e ampliou meu círculo de amizade.
